Notícias e Opiniões
Clipping: Edição Número: 512
Brasil aproveita mal as avaliações
Publicado: Quinta, 27 Junho 2013 13:23
Fonte: Pioneiro - RS
Ideb, Enem, Prova e Provinha Brasil, Pisa... As avaliações externas, criadas a partir da década de 1990, carregam a proposta de avaliar a qualidade da educação e identificar o nível de aprendizagem dos alunos. Com a informação coletada, o Ministério e as Secretarias de Educação possuem em mãos subsídios para corrigir falhas, repensar e melhorar práticas pedagógicas. Um passo que não tem sido dado.
Para a comunidade escolar, a efetividade das avaliações, na prática, tem ajudado pouco as instituições, por avaliar apenas algumas variáveis e não a educação como um todo. Para o professor Luciano Rocha, especialista em avaliação e aprendizagem, as análises externas são limitadoras por fazer um diagnóstico tardio, pouco detalhado e de difícil interpretação por parte do professor.
– Elas não levam em consideração a infraestrutura da escola, o aspecto motivacional, a formação do professor e o contexto socioeconômico em que a escola está inserida. Tudo isso são fatores que devem ser levados em conta na hora de avaliar uma instituição – acredita Rocha.
Para ele, quando usadas com o único propósito de classificar e de ranquear escolas ou municípios, as avaliações externas prejudicam as escolas.
– Vai causar uma cobrança desleal e desnecessária por parte da sociedade, porque ela vai entender que o professor e a escola não estão cumprindo o seu papel por causa de um indicador – destaca.
Já o professor e a escola, sem um feed¬back para intervir de forma inteligente, não terão condições de direcionar uma melhoria na prática pedagógica para suprir as necessidades do aluno.
Professor de Educação e Currículo na PUC-SP, Fernando José de Almeida também vê a avaliação externa com vários limitadores e com dificuldade de operação. Contudo, Almeida defende que esses testes fazem parte de um ato de democracia e que precisa de mais tempo para chegar à maturidade.
– A avaliação externa, no Brasil, tem apenas 17 anos. Ainda é uma adolescente. É um processo de construção que, com o tempo, chegará ao ideal ou perto disso – defende.